Pontoise é uma cidade a 30 quilômetros a noroeste de Paris, situada no Val d’Oise. Eu a conhecia de nome, pois é um dos pontos finais de linha do RER C, mas nunca tinha ido até lá. E fui parar por acaso e bem no Museu Pissarro. Bom, por acaso é modo de dizer, pois foi uma amiga que me levou. E foi uma descoberta interessante.
O museu é bem pequeno, fica em um palacete do século XIX. É um anexo de um outro museu da cidade, o Tavet-Delacour. Muita gente acredita que o próprio artista viveu ali, mas não é verdade. Camille Pissarro (1830-1903) morou em Pontoise, sim, de 1866 a 1883, mas em outras casas.
No lugar onde está instalado o museu havia um antigo castelo real: o château de Pontoise, construído em 1103, pelo futuro rei Luis VI. De arquitetura militar, foi local de férias de vários monarcas e dominava a vista da cidade até sua demolição, em 1742.
No mesmo local, no final do século XIX, construíram um típico palacete burguês. Em 1980, para homenagear Pissarro, que completaria 150 anos, foi inaugurado o museu.
Ele ocupa o primeiro andar da construção. Logo na entrada, uma surpresa: o guarda-roupa que pertenceu ao pintor e depois a Lucien, um de seus filhos.
No acervo, há apenas um quadro do mestre: Péniche sur la Seine, de 1864. As outras obras de Pissarro que fazem parte da coleção são as gravuras e desenhos, mas, por serem frágeis, temos que pedir para vê-los. E eu não os vi, pois fiquei sabendo desse detalhe somente depois da minha visita – que, como disse, foi por acaso. Mas o visitante que fizer o pedido antes pode ter acesso a eles (e eu vou voltar lá só para isso).
Há também obras de alguns dos filhos do pintor: Lucien, Georges, Félix e Ludovic. Como, por exemplo, Neige sur la Seine, de Georges, pintada em 1902; ou La Frette, aquarela de Lucien, de 1924.
Além de quadros de artistas contemporâneos de Pissarro que retrataram a região, como Charles-François Daubigny, Louis Hayet, Octave Linet, entre outros. É uma viagem na história da arte e ao Vale do Oise do século XIX. Muito bom!
De todos, o que mais me chamou atenção foi Ludovic Piette. Um dos melhores amigos de Pissarro, suas telas retratando cenas do cotidiano de Pontoise são vibrantes, alegres, com uma luminosidade intensa. Ele é o artista com mais obras expostas nesse museu e uma das surpresas do acervo.
A visita é rápida, dura no máximo meia-hora. Mas pode durar mais, se incluir antes ou depois uma visita ao parque. É um lugar bonito e calmo e que já fazia parte do antigo castelo.
Há um jardim um pouco escondido, em que quase todas as plantas e flores são identificadas, inclusive em braile. Atrás dele e “contornando” o parque, encontramos um belo mirante.
Ali, a vista de Pontoise e do rio Oise é linda, pois o museu fica bem no alto de uma colina. Aí entendemos o motivo pelo qual Pissarro e vários outros pintores retrataram a região.
Gostei muito dessa visita: um lugar calmo, que ainda é desconhecido por muitos turistas. Quem se interessa pelo Impressionismo tenho certeza de que também vai gostar.
Musée Camille Pissarro
17 rue du Château
95300 Pontoise
Horários: de quarta a domingo, das 14h às 18h.
Gratuito
Como ir a Pontoise
Pegar o RER C – direção Pontoise. O trajeto dura cerca de 1 hora.
Ou, na Gare du Nord, pegar o Transilien linha H, direção Pontoise. Duração da viagem: 45 minutos.
Mais informações no site da SNCF/Transilien
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Tags: Arte & Museus, França, história, impressionismo, jardins, museu, pintores, pintura, pissarro, Val d'Oise
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